A mágoa da actriz vem de muito longe. 'A Marina cresceu sem nunca se conformar em ver no BI um espaço em branco ao lado do nome da mãe. Em criança ela chegou muitas vezes a ser apontada na escola pelos colegas, que diziam que ela não tinha pai ', refere uma amiga de longa data, revelando que Marina sempre cresceu com o desejo maior de um dia procurar o progenitor. 'Ela não sabia muito sobre ele. Sabia apenas o seu nome, porque a mãe nunca o escondeu, mas nem sequer sabia que se tratava de um homem de negócios tão importante. Tudo o que ela queria e quer é ver-lhe reconhecida a dignidade e o direito a ter um nome de pai e mãe, como toda a gente', adiantou a mesma fonte.
Foi aos 18 anos, e numa altura em que entrou para a RTP como relações públicas, que Marina Santiago ganhou então alguma independência económica e coragem para procurar o pai pela primeira vez. 'Ela sempre pensou que ele a iria receber de braços abertos. Só que as coisas não correram como ela sonhou', disse uma outra fonte próxima de Marina, que também tem acompanhado todo o processo. 'O senhor comendador, pura e simplesmente, recusou reconhecê-la como filha', adiantou ainda.
Desfeito o sonho, começava o pesadelo. Marina decidiu processar Fernando Pinho Teixeira, exigindo-lhe um teste de paternidade. 'O comendador chegou a convocar uma reunião, para tentar um acordo e parar a acção, mas esse acordo não foi aceite por Marina Santiago porque não passava pelo reconhecimento do nome', lembra o causídico José Manuel Fernandes.
Aos 20 anos ainda houve um revés, quando a determinação de Marina Santiago esbarrou na lei, que não permitia que dois anos após atingir a maioridade uma pessoa pudesse exigir uma prova de paternidade. Desvanecia-se a esperança e aumentava o desgosto da actriz. Há três anos, contudo, um acórdão do Tribunal Constitucional que julgou inconstitucional a norma constante do artigo 1817º do Código Civil, que limitava a investigação de paternidade a um determinado período de tempo, levou Marina Santiago a retomar a esperança, a luta e a avançar novamente com a acção judicial.
No ano passado, o Tribunal de Santa Maria da Feira marcou três testes de paternidade, aos quais Fernando Pinho Teixeira faltou. Segundo o advogado de Marina, o tribunal ainda terá convidado o comendador a marcar duas novas datas à sua escolha mas este voltaria a falhar. 'A última foi mesmo considerada injustificada, o que invalidou mais marcações e fez avançar o processo para o julgamento', explica José Manuel Fernandes.
'O comendador Fernando Pinho Teixeira recusa-se a reconhecer Marina como sua filha mas nunca negou que tenha conhecido a mãe desta', adianta o advogado. 'O que o senhor comendador diz é que durante aquele período ela terá tido outras relações. A verdade é que a Marina tem que ser filha de alguém, e se ele quer esclarecer este assunto só tinha de fazer o teste', diz José Manuel Fernandes.
Ao que a Vidas apurou, tudo remonta a 1979, quando a mãe de Marina Santiago terá conhecido Fernando Pinho Teixeira por intermédio de um amigo comum. Maria Olinda tinha 19 anos e trabalhava num cabeleireiro em Abrantes. Fernando Pinho Teixeira tinha 40 anos e era um homem de negócios. Da relação, que terá durado apenas alguns meses, terá resultado a gravidez de Maria Olinda da Silva Vitória, que, segundo uma amiga próxima, ainda teria sido pressionada para abortar.
Fernando Pinho Teixeira ter-se-á afastado. Marina veio ao mundo mas a vida que a esperava não era fácil. 'Ela teve uma infância e adolescência muito complicadas', diz uma amiga. Porque a mãe não tinha possibilidades de criá-la, Marina foi entregue a um casal de Torres Novas.
Aos 15 anos, a actriz decidiu ir morar e estudar para Leiria, onde tirou um curso de Marketing e Publicidade. Seguiu-se a entrada na RTP, onde Marina inicia um percurso na televisão que a levou a passar por vários programas e a tornar-se numa figura pública. 'Mas ainda hoje o grande sonho da vida dela é ter o nome do pai no seu BI', diz uma amiga. 'Há quem diga que ela só quer dinheiro, mas isso é um disparate porque mesmo que ela seja declarada filha só vai herdar se houver para herdar. Depois, também não terá os mesmos direitos dos actuais filhos do senhor Fernando Pinho Teixeira. Há uma parte do património que é dele e da mulher. E a Marina só poderá herdar da parte do pai', explica José Manuel Fernandes.
Apesar de Fernando Pinho Teixeira ter faltado a cinco testes de paternidade e sabendo-se que a recusa em colaborar com o tribunal naquela que seria uma prova máxima terá, certamente, as suas consequências, a verdade é que o caso ainda está longe de terminar. O testemunho da mãe de Marina, só por si, não é suficiente, e mesmo que o tribunal venha a tomar uma decisão favorável à actriz o caso ainda pode arrastar-se por alguns anos. 'Basta o senhor comendador apresentar recursos. Mesmo que exista uma decisão que o julgue pai, ele vai levar a decisão para a Relação, da Relação para o Supremo, e isto pode levar mais dez anos', remata o advogado.
A Vidas tentou contactar o comendador Fernando Pinho Teixeira mas tal não foi possível, uma vez que da sua empresa nos foi dito que o presidente da Ferpinta se encontra fora do País e incontactável até ao fim deste mês. Já o seu advogado se recusou, na quarta--feira, à saída do Tribunal de Santa Maria da Feira, a prestar qualquer declaração até ao final do processo.
Quem é Fernando Pinho Teixeira
Fernando Pinho Teixeira, de 71 anos, iniciou a sua actividade empresarial em 1962. Hoje é presidente do Grupo Ferpinta, que se dedica aos ramos da metalurgia, turismo e agro-pecuária, entre outros, em Portugal, Angola, Espanha e Moçambique. É o dono dos empreendimentos Vila Baleira, em Porto Santo, e Idanha Caça, Idanha-a-Nova. No ano passado, foi condecorado com a medalha de ouro da Associação Industrial Portuguesa, como sinal de reconhecimento pela figura do empresário de Oliveira de Azeméis e pelo seu trabalho em prol do associativismo.
Se o gajo fosse um pobretanas queria ver se era o mesmo empenho;)
ResponderEliminarGod...todas as pessoas têm o direito de saber quem e o pai. o que e que o dinheiro importa pra isso? eu conheço mais ela do que o pai, nao me parece que tenha necessidade do dinhairo do presumivel pai. assim se pode ver a arrogancia das pessoas com poder, faltanto a ordens consequtivas de um tribunal e continuando impune durante anos. vai bem a justiça em portugal
ResponderEliminarEsta está a ver se lhe sai o euromilhões sem jogar.
ResponderEliminarOla marina não ligue a certos comentários, porque é claro que se a marina é filha do comendador tem todo o direito a todo o dinheiro e bens que lhe pertencem, por isso não é ganhar o euromilhoes, é ganhar o que tem direito porque é seu e dos seus irmaos. va em frente
ResponderEliminarTodas as pessoas tem o direito de saber qûem sao os seus pais,independentemente de ser ricos ou pobres.é um direito de todo o ser humano.
ResponderEliminarMas quem será o PAI DA CRIANÇA, eu sei lá, sei lá
ResponderEliminarEsse comendador é mais um verme da nossa sociedade, bem como mais uma prova de que não se faz justiça num caso básico, quanto mais em casos complexos. Esses "figurões" que gostam de usar tudo e todos, ainda são ao longo da vida condecorados como tendo sabido chegar ao topo sem serem descobertos todos os seus imensos crimes e malfeitorias. Espero que tarde ou cedo seja reposta a verdade, e esta, bem como outras filhas que possam existir tenham direito ao que lhes couber numas futuras partilhas, pois é o mínimo que vermes como este podem fazer, ainda que contrariados.
ResponderEliminarFilipe